Adaptar o mercado de trabalho a novas tecnologias e à inovação exige mudanças no modelo educacional para atender às demandas do mercado. A conclusão é endossada por dados do Fórum Econômico Mundial, que estima uma perda de 83 milhões de empregos e abertura de 69 milhões de novas vagas nos próximos anos. Considerando esse cenário e buscando um ambiente mais acolhedor e justo, líderes do setor empresarial do país e do mundo desenvolveram recomendações para melhorar a realidade atual.
As sugestões listadas pela força-tarefa de Emprego e Educação do B20 Brasil, coordenada pelo membro do Conselho de Administração da Suzano, Walter Schalka, integram o Communiqué, que reúne 24 recomendações elaboradas pelas oito forças-tarefas B20. O documento foi entregue antecipadamente à liderança do G20 para que tenham tempo suficiente de analisar as sugestões antes da cúpula do grupo, em novembro, no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo Walter Schalka, estamos vivenciando uma rápida transformação no mundo do trabalho e da educação. Ao mesmo tempo que os avanços tecnológicos remodelam as indústrias e negócios, as mudanças climáticas trazem desafios adicionais, exigindo esforço conjunto de transição sustentável.
“Nosso grupo reuniu 130 empresas, de 23 países, para propor iniciativas de políticas públicas em ambas as temáticas. As sugestões desenvolvidas englobam um conjunto de elementos, incluindo a requalificação profissional e a reformulação de currículos escolares, com foco no desenvolvimento de novas competências que dialogam com as tecnologias emergentes, como IA, segurança cibernética, análise de dados e sustentabilidade”, afirma Walter Schalka.
Segundo ele, “o objetivo é melhorar a qualidade da educação, desde os anos iniciais até a educação continuada, e equipar a força de trabalho com as habilidades necessárias para o futuro do trabalho, sem deixar de se atentar às necessidades de assegurar uma maior participação de mulheres e outros grupos sub-representados no mundo do trabalho", conclui Schalka
As desigualdades no mercado de trabalho estão cada vez mais evidentes numa sociedade que exige mais transparência, equidade, igualdade, integridade e compliance. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de 75% dos trabalhadores jovens e mais velhos têm empregos informais, contra 55% dos trabalhadores da faixa etária entre 25 e 64 anos.
Em contraste com a população nativa, os trabalhadores migrantes têm maior propensão a aceitar trabalhar de maneira informal – a taxa de informalidade entre os não cidadãos é sete pontos percentuais mais alta. O impacto crescente das alterações climáticas afeta a tomada de decisões e torna as discussões sobre políticas públicas ainda mais complexas. Cada uma dessas tendências tem o potencial de perturbar significativamente o emprego e a educação.
Além disso, é preciso ter ações políticas específicas por parte dos governos e do setor privado para satisfazer as necessidades atuais e futuras dos trabalhadores, das empresas e dos empregadores. Nesse contexto, o B20 propõe recomendações que preparem uma força de trabalho resiliente e produtiva para o futuro do trabalho, garantam uma força de trabalho diversificada, inclusiva e adaptável e promovam a inovação e o crescimento sustentável.
Todas as recomendações e ações de políticas públicas do B20 Brasil podem ser lidas no Communiqué, na íntegra. As propostas do B20 também serão debatidas durante o B20 Summit Brasil, nos dias 24 e 25 de outubro, em São Paulo.
O B20 (Business 20, da sigla em inglês) é o braço empresarial do G20 no Brasil, coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este é o principal fórum de diálogo mundial que conecta a comunidade empresarial aos governos do G20, mobilizando mais de 1.200 representantes do setor privado dos países membros.
A edição brasileira reúne sete forças-tarefas e um conselho de ação. Os grupos de trabalho são formados por empresários do Brasil e dos outros países, membros do G20, que estão debatendo, desde o início do ano, propostas de temas urgente e importantes, como: Comércio e Investimento, Finanças e Infraestrutura, Emprego e Educação, Transição Energética e Clima, Transformação Digital, Integridade e Compliance, Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura, além do Conselho de ação Mulheres, Diversidade e Inclusão em Negócios.
Fonte: Portal da Indústria