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Como aprendemos? Livro traz a resposta para essa e outras perguntas

Written by Redação | Mar 8, 2024 1:06:23 PM

Mesmo após incontáveis pesquisas científicas, entender o que se passa no cérebro humano continua sendo uma empreitada desafiadora e fascinante. Quando se trata de compreender os mecanismos cognitivos que regem nossa aprendizagem, então, esse desafio parece ainda mais complexo e algumas perguntas surgem:

- Por que alguns alunos assimilam o conhecimento mais rapidamente que outros?
- O que torna uma sala de aula eficaz?
- As provas são ou não são um método satisfatório de avaliação?
- Como aprendemos?

Essas e tantas outras perguntas são respondidas pelo pesquisador espanhol Héctor Ruiz Martín em “Como Aprendemos: Uma Abordagem Científica da Aprendizagem e do Ensino”, livro publicado pelo selo Penso, do Grupo A, e que já está em sua terceira edição.

Sem margem para “achismos”

Diretor da International Science Teaching Foundation, organização comprometida com o desenvolvimento da educação STEM (sigla, em inglês, para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), o autor promove pesquisas na área da psicologia cognitiva da memória e da aprendizagem em contextos educativos para desenvolver recursos didáticos baseados em evidência científica.

E essa é a linha que permeia toda a obra: não existe espaço para “achismos”, e quando há, é para mostrar o quanto nosso conhecimento prévio, muitas vezes baseado em ideias preconcebidas, pode prejudicar o processo de aprendizagem. Nesse sentido, Martín cita as atribuições que os estudantes relacionam a seus sucessos ou fracassos em sala de aula. “Considerar que uma causa fixa – como uma habilidade – é mais importante para o sucesso acadêmico do que uma causa variável – como um esforço – é uma crença, não necessariamente uma realidade”, argumenta.

Mas não são apenas os alunos que estão sujeitos a esse tipo de distorção. Utilizando situações do “mundo real”, o pesquisador mostra como a experiência pessoal e os vieses cognitivos podem influenciar as decisões de gestores e educadores e impactar o processo de aprendizagem. Segundo ele, o método científico funciona como uma espécie de “óculos que a humanidade construiu” para corrigir essa visão, ao estimular a coleta metódica de dados e sua análise lógica e sistemática.

“Desse modo, (o método científico) nos permite estabelecer relações de causa efeito com mais precisão do que nossa experiência pessoal. Como disse Carl Sagan, pode não ser um método perfeito, mas é o melhor que temos para tais propósitos”, acredita o autor.

Desconstruindo mitos

O livro é dividido em cinco partes, abordando desde os mecanismos cognitivos que regem a memória e a aprendizagem até os fatores socioemocionais que influenciam a motivação e o desempenho dos alunos. Cada trecho é dividido em capítulos, nos quais Martín aborda, com linguagem simples, mas ao mesmo de maneira bastante minuciosa, todos os elementos que impactam o aprendizado.

Na segunda parte, por exemplo, o autor se refere a tudo o que diz respeito à memória (componentes, processos, organização e reorganização, transferência de aprendizagem e memória de trabalho e aprendizagem profunda).

Além disso, é apresentado pesquisas relacionadas aos principais processos de ensino, como feedback e avaliação, dando atenção especial à autorregulação da aprendizagem e sua relação com o sucesso escolar e acadêmico. Por fim, derruba alguns “mitos pseudocientíficos sobre a aprendizagem” que podem levar a aplicações práticas em sala de aula de eficácia duvidosa.

“Como Aprendemos: Uma Abordagem Científica da Aprendizagem e do Ensino” é um livro que estimula práticas educativas para além da experiência pessoal. E, em tempos de proliferação das fake news até mesmo na educação, uma ferramenta essencial para guiar professores e estudantes de liceenso, do Grupo A, e que já está em sua terceira edição.

Fonte: Desafios da Educação