É notável a velocidade com que os recursos baseados em Inteligência Artificial evoluem.
O tempo mudou e nossa referência temporal de evolução da tecnologia mudou de anos para meses, semanas e até dias.
Temos que ser justos! A IA está presente já a algum tempo nas nossas vidas, mas não podemos desconsiderar o marco que a sua democratização representa globalmente. Em pouco tempo nosso discurso mudou. Antes, o que se caracterizava como desconhecido em um mundo de infinitas possibilidades agora se transforma em um cenário de oportunidades através dos recursos que são disponibilizados.
No primeiro artigo que abordei a IA e a Educação, refletimos sobre as possibilidades que permeiam a Tutor IA, reforçando que, cada vez mais, os estudantes terão um acompanhamento em tempo real. Citei o Khanmigo, um assistente de ensino da Khan Academy, como referência. Recentemente, as novas atualizações que a Open IA e o Google apresentaram nos trouxeram novamente para uma nova rodada de reflexão.
É impressionante o nível em que a IA avançou na educação, oferecendo orientação baseada em princípios pedagógicos e feedbacks dinâmicos. Tudo isso nos leva a aplicar um novo olhar sobre como devemos nos preparar para utilizar a IA na Educação.
Recentemente, ao levantar algumas referências sobre o assunto, me deparei com inúmeras falas incentivando os professores a utilizarem a IA para revisão de texto, apoio na correção de trabalhos, elaboração de questões e até desenvolvimento de apresentações para as aulas.
Quanto aos estudantes, caminhos similares estão sendo percorridos e ainda temos uma preocupação adicional com a utilização da IA para gerar trabalhos acadêmicos, assumindo que isso impactaria negativamente no processo de aprendizagem.
O sentimento é de que estamos nos preparando apenas para aprender a manusear as ferramentas, e me parece que esse contexto é limitado quando comparamos com o potencial dos benefícios que podemos ter na educação com a IA. Por este motivo, devemos nos provocar e refletir.
Tenho convicção de que cada vez mais, o que fará a diferença em relação a IA não é saber utilizar as ferramentas. De certa forma, estamos cada vez mais apropriados de como interagir com esses recursos, mas saber por quais caminhos a IA terá um maior impacto no desenvolvimento pessoal e profissional dos estudantes é um ponto de extrema relevância nesse momento.
Para isso, é necessário que os principais atores do ensino superior ampliem a visão sobre a Inteligência Artificial, saiam do básico de sua aplicação e se tornem protagonistas da transformação da educação e da formação profissional impulsionada pela IA.
Para alcançar todo esse potencial, é importante entender, equilibrar e expandir sua utilização.
São facilitadoras no processo de adoção das novas tecnologias, responsáveis por promover a cultura de inovação e transformação digital, preparando a comunidade acadêmica.
Para as IES é importante o entendimento de que a IA não é um recurso apenas para automação de processos, atendimento e eficiência operacional.
Passam por mais uma ressignificação de sua atuação, com maior destaque para o desenvolvimento de habilidades e competências, sustentadas por uma base de conhecimento facilitada pela IA.
Amplia o alcance de sua atuação com a personalização baseada na identificação dos perfis dos estudantes e lacunas de desenvolvimento. Compreende os impactos das novas tecnologias na atuação profissional e atua como norteador dos estudantes na identificação das oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional impulsionados pela IA.
Consolidam seu protagonismo no processo de aprendizagem impulsionados pelas oportunidades de personalização que a IA apresenta. São ativos no planejamento de carreira e desenvolvimento pessoal e completa a integração humano x IA com a instrumentalização e otimização na utilização da IA potencializando sua performance.
Existe um oceano de oportunidades a serem exploradas com a IA aplicada a educação. Perspectivas positivas e benefícios na transformação, qualificação e personalização da Educação. O Futuro já começou! Lidere o movimento.
Fonte: Desafios da Educação