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Por que a análise de dados guia decisões e auxilia ações inclusivas.

Written by Redação | Feb 21, 2025 2:25:30 PM

A ciência de dados pode contribuir em diferentes áreas. Ao coletar e interpretar informações referentes ao consumidor ou usuário, é possível analisar padrões, prever comportamentos e, a partir disso, definir estratégias e posições.

Subáreas da inteligência artificial (IA) ligadas ao uso de dados como o machine learning, que programa algoritmos para ensinar padrões e tomada de decisões, e a cibersegurança, que protege sistemas de computadores contra ataques ou roubos, vão contribuir para a criação de novos postos de trabalho. É o que mostra o relatório O Futuro do Trabalho 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial com dados de 50 países. De 2025 até 2030, a demanda por tecnologia vai proporcionar a criação de 170 milhões de novas vagas de trabalho.

"Com o tratamento de dados é possível entender o passado e o presente de uma empresa, para tomar decisões que afetam o futuro. Hoje todas as áreas necessitam, há uma demanda enorme até nas microempresas, que podem ficar para trás do concorrente que está trabalhando com dados", diz Nelson Aguiar, professor de Tecnologia da Informação da Universidade São Judas.

Mas há desafios, dependendo da forma como os dados foram coletados, se a amostra não for representativa, tiver vieses ou origem não confiável. "Se um algoritmo de recrutamento aprende a selecionar candidatos com base em dados históricos de contratações e esses dados mostram uma preferência por determinado grupo, o sistema pode acabar excluindo outros talentos. Por isso, os cientistas de dados precisam estar sempre atentos, questionando de onde vêm os dados. A transparência e a revisão constante são essenciais para evitar injustiças", afirma John Paul Hempel Lima, diretor acadêmico da graduação online da Fiap.

Uma boa análise de dados pode, ainda, ajudar a promover conversas construtivas e reduzir conflitos. Em um mundo em que a polarização está cada vez mais presente, o profissional que tem habilidade para mediar conversas e promover diálogo tende a se sobressair. "Atualmente, empresas que investem em construção de comunidade têm se destacado mais e conseguem aproximar colaboradores, stakeholders (todos os atores envolvidos) e público, criando um ecossistema mais transparente e eficaz", afirma Patricia Werner, professora da Escola de Comunicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Na visão do diretor acadêmico da graduação online da Fiap, um bom facilitador precisa criar um espaço seguro onde os participantes se sintam respeitados e abertos a ouvir outras perspectivas. Entre as estratégias citadas por ele estão: focar nos pontos em comum antes de discutir diferenças; evitar rótulos; fazer perguntas abertas; e estimular a curiosidade. "Quando as pessoas veem o debate como uma troca de conhecimento, e não como um combate, há mais chances de encontrar soluções construtivas", diz Lima.

Por isso, Lima afirma que pós-graduação, bootcamps, cursos e especializações podem agregar a formação e ajudar a acompanhar as novas demandas do mercado, mas o profissional do futuro precisa combinar conhecimento técnico a inteligência emocional e uma grande capacidade de adaptação.

"É um profissional que entende a importância da IA e sabe utilizá-la no seu dia a dia. Mas a resolução de problemas, pensamento crítico e comunicação são tão importantes quanto o conhecimento técnico. Trabalhar bem em equipe e saber se adaptar às mudanças são diferenciais no mercado. Quanto mais cedo se começar a desenvolver essas habilidades e as soft skills, mais preparado o profissional estará para as oportunidades que surgirem", afirma ele.

Eleger um mentor que troque experiências e ajude o profissional a sanar dúvidas, definir metas e entender seu propósito, com encontros periódicos, de maneira mais informal ou por meio de uma consultoria estratégica, também pode ser um dos caminhos. "Mentores podem ser coaches, psicólogos e até profissionais do mercado, são muitas ramificações. O ideal é fazer um acompanhamento de autoconhecimento, buscando a psicoterapia", afirma Aguiar.

Fonte: Terra