No texto do projeto da reforma do ensino médio, o deputado Mendonça Filho (União-PE) vai apresentar uma proposta para o novo modelo do Enem. Existe a possibilidade de o exame ser realizado num único dia.
O Enem precisará mudar porque haverá uma remodelação na grade curricular do ensino médio. O projeto do novo modelo será relatado por Mendonça Filho.
O deputado afirmou que não bateu o martelo sobre o modelo que vai sugerir, mas está definido que vai apresentar uma alternativa para o Enem.
A ideia em que ele trabalha é haver uma prova para avaliar o aprendizado em português e matemática, as chamadas disciplinas tradicionais. Não foi revelado quantas questões o exame teria.
Em outra prova, seriam feitas perguntas sobre as disciplinas do ramo do conhecimento que o estudante escolheu se aprofundar.
Existem quatro opções:
> Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza;
> Linguagens, Matemática e Ciências Humanas e Sociais;
> Linguagens, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Natureza;
> Matemática, Ciências Humanas e Sociais e Ciências da Natureza;
A proposta precisa ser aprovada na Câmara. A expectativa é que a versão final do projeto seja apresentada na próxima semana.
O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior e enfrenta uma diminuição no número de inscritos desde o governo Jair Bolsonaro (PL). A gestão Lula (PT) promete medidas para reverter a situação.
"Tem um vazio muito grande para as escolas e para a orientação dos alunos sobre o que é que vai ser do Enem. Então, eu estou prevendo na lei, o que ele deve focar." —
Mendonça Filho, relator do projeto de reforma do ensino médio.
Pela proposta de Mendonça Filho, as perguntas também vão refletir o curso que o estudante quer fazer na faculdade — além de avaliar as matérias específicas que o aluno escolheu.
Se o estudante optar por engenharia, fará o Enem com mais questões de exatas. Caso a opção seja jornalismo, haverá mais perguntas de humanas. O modelo segue a diretriz do novo ensino médio de flexibilizar a educação de cada estudante.
A proposta foi apresentada para o MEC (Ministério da Educação) ontem. A reportagem procurou o ministério e aguarda um posicionamento.
De acordo com apuração do UOL, o MEC informou que vai avaliar a proposta e não apresentou uma alternativa.
O modelo de Enem oferecido agora é o mesmo que foi aprovado pelo MEC quando o presidente era Bolsonaro. A proposta foi acatada em 2021, mas nunca saiu do papel.
O texto foi elaborado pelo Conselho Nacional de Educação, que está apoiando o modelo mais uma vez.
Os estados também concordaram com a sugestão do novo Enem. Mendonça Filho se reuniu com representantes das Secretarias Estaduais de Educação ontem e recebeu apoio.
O novo Enem deveria estar em implementação. Mas o MEC, sob gestão Lula, suspendeu o processo.
A mudança no Enem é consequência de alterações no ensino médio. Como o UOL antecipou, a proposta do MEC de Lula não deve prosperar na Câmara dos Deputados — a ideia era ter 2.400 aulas de disciplinas tradicionais.
Os parlamentares preveem 2.100 horas para português e matemática. Outras 900 horas serão de matérias optativas - a carga horária total de 3.000 horas estaria dividida na 1ª, 2ª e 3ª séries.
A medida seria uma forma de não inviabilizar os cursos técnicos. Estados como Paraná, dono dos melhores índices de educação do Brasil, apostaram neste modelo.
Fonte: Uol