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Conheça a preferência dos alunos para o Lato Sensu

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A Pesquisa de pós-graduação (lato sensu) de 2023*, realizada pelo Semesp, traz informações importantes em relação às preferências dos interessados em cursar uma pós.

O primeiro ponto a ser destacado é sobre as motivações para cursar uma pós lato sensu. A pesquisa corrobora que as principais razões que mobilizam os alunos a procurarem essa modalidade de pós-graduação estão relacionadas à busca de melhoria em suas carreiras profissionais. Portanto, é fundamental que os cursos sejam práticos e atualizados com as novas tendências e ferramentas do mercado de trabalho.

Nesse sentido é importante que, além de conteúdos atuais, os programas se valham de estratégias pedagógicas que favoreçam o “saber fazer” (mão na massa), a troca de experiência e o trabalho colaborativo. Além disso, é importante que tenham docentes com experiência e inserção no mundo do trabalho e que consigam proporcionar aos alunos um pouco da experiência prática de seus ambientes de trabalho.  

O estudo destaca ainda as três áreas de maior interesse indicadas pelos pesquisados para cursar um lato sensu: tecnologia da informação, negócios e saúde.

O interesse pela área de saúde é um fenômeno percebido nos cursos de graduação há alguns anos.  Esse crescimento no número de alunos na área já começa a se refletir também em um aumento de demanda nos cursos de especialização. Além disso, a rápida inserção de novas terapêuticas, procedimentos e tecnologias no campo de trabalho desses profissionais têm trazido muitos profissionais de volta aos cursos de especialização. Portanto, as IES devem se preparar para aproveitar essas oportunidades que tendem a se ampliar na pós-graduação nos próximos anos.

Novos programas para a gestão

Em relação aos cursos de negócios, a necessidade de capacitação e atualização de profissionais das mais diferentes áreas para o exercício de funções gerenciais e empresariais parece manter a demanda dessa área aquecida. Apesar disso, é preciso ficar atento ao desenvolvimento de um portfólio adequado e ao posicionamento dos produtos frente ao mercado, pois nesse mercado existem players muito fortes que passaram a atuar nacionalmente. 

A má notícia para as Escolas de Negócios é que cursos que, no passado, tiveram demandas garantidas, hoje parecem ter se esgotado frente ao processo de comoditização.  Com esse cenário, faz-se necessário que as IES pensem em novos programas para área de gestão, provavelmente relacionados aos desafios que os gestores lidam atualmente em suas organizações como, por exemplo, a sustentabilidade, inteligência artificial, governança e tantos outros. Em resumo, mudanças, desafios e necessidade de capacitação é o que não falta na área de gestão.

Uma novidade que surge na pesquisa amostral do Semesp é o grande interesse pelos cursos na área de Tecnologia da Informação. Apesar da carência de profissionais existente no Brasil para o setor, só recentemente o crescimento dos cursos de graduação em TI (Sistemas de Informação, Ciência da Computação etc) começaram a aparecer nas estatísticas dos mais procurados.  Entretanto, em outras pesquisas e trabalhos de consultoria temos observado o crescimento do interesse de profissionais de diferentes áreas em relação às tecnologias de informação. 

As modalidades preferidas

O crescimento de interesse pela área de TI na pós-graduação está diretamente ligado à transformação digital que impacta profissionais de todos os setores. Os diferentes tipos de trabalho estão, cada vez mais, mediados por tecnologias de informação, de maneira que aprender a utilizá-la de uma melhor forma seja uma demanda de todos. Portanto, independentemente da área (saúde, agronomia, negócios, direito etc) vale a pena analisar oportunidades de cursos abordando ou incluindo temas de tecnologia da informação. 

Um terceiro ponto importante destacado pela pesquisa do Semesp é sobre as preferências em relação às modalidades de oferta dos cursos de pós-graduação: presencial, EAD (assíncrono),  online (síncrono) e híbrido.      

Talvez nenhum dos níveis de educação do Brasil tenha sentido tanto a mudança de comportamento de seus alunos após a pandemia como a pós-graduação lato sensu. Anteriormente, predominavam os cursos presenciais e os alunos aceitavam bem cursos em horários pouco convenientes. Hoje este cenário mudou. 

A pesquisa amostral do Semesp aponta que os pesquisados têm preferência pelos cursos online ou semipresenciais. No caso dos cursos online o formato preferido é o síncrono (ao vivo) e nos semipresenciais os cursos online síncronos com parte das atividades presenciais.

A escolha sobre a modalidade de oferta é uma das decisões mais estratégicas no lato sensu, pois deve levar em consideração, além do comportamento dos alunos, a concorrência e também os recursos que dispõem para construir sua proposta de valor. Exemplo disso são instituições, com forte relação regional, que, para diferenciar seus programas dos competidores de mercado todo, têm oferecido com sucesso cursos semipresenciais, proporcionando aos alunos a conveniência do online aliada a experiência universitária e a possibilidade de maior networking do presencial.

Um ano de estudo

Um último ponto da pesquisa a destacar é sobre o tempo de duração dos cursos.  Os pesquisados não acham que os cursos de lato sensu tenham uma duração inadequada, mas a preferência é por cursos de até doze meses.

Distribuir a carga horária de, no mínimo 360 horas (previstas por legislação), em um ano de forma conveniente é um dos desafios que os gestores precisarão enfrentar para se adequar a esse interesse do mercado. Mas as possibilidades oferecidas pelos formatos mais flexíveis, compostos por atividades online (síncronas e assíncronas) e presenciais podem viabilizar essa equação.

Em relação ao tempo de duração dos cursos de pós lato sensu ficam algumas questões para pensarmos: 

  • Será que não é hora das IES investirem em cursos de duração menor, que fossem capazes de dar respostas às necessidades mais imediatas de capacitação dos alunos?
  • Será que esses cursos menores não poderiam ser componentes de programas de pós-graduação mais flexíveis, que permitissem aos alunos montar sua formação de forma customizada?
  • Será que a falta de flexibilidade é um problema de integração acadêmica, de limitação tecnológica ou um aprisionamento das IES ao seus modelos organizacionais e seus paradigmas rígidos de gestão?

Enfim, a discussão dessas questões é uma conversa para um próximo artigo tratando da aplicação dos conceitos de lifelong learning na pós-graduação lato sensu.

Fonte: Revista Ensino Superior