Duas escolas públicas brasileiras estão entre as melhores do mundo; veja quais são
Duas instituições de ensino brasileiras estão entre as melhores no prêmio internacional "Melhores escolas do mundo" (numa tradução livre do inglês), de 2023, promovido pela organização global T4 Education. A Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal (CE), levou o primeiro lugar na categoria "Apoiando vidas saudáveis", enquanto a instituição municipal Professor Edson Pisani, em Belo Horizonte, foi a vencedora da categoria "Escolha da comunidade".
Ambas instituições são públicas, e os vencedores de cada categoria levam uma quantia de US$ 50 mil, equivalente a cerca de R$ 250 mil. Entre as iniciativas ganhadoras estão o projeto ligado à saúde mental dos alunos após a pandemia de coronavírus e um projeto voltado para a coleta de lixo na escola mineira.
Escola de Ensino Médio Joaquim Bastos Gonçalves (CE)
A unidade de ensino pública e de tempo integral, localizada em Carnaubal, no noroeste do estado, levou medalha de ouro na categoria "Apoiando vidas saudáveis", com o projeto "Adote um Estudante", ação voltada para o cuidado com a saúde mental dos alunos no retorno à escola após a pandemia de covid-19.
Após a crise sanitária, os professores da instituição perceberam em seus alunos comportamentos ligados a ansiedade, depressão, baixa autoestima, automutilação, dificuldade de comunicação e socialização. A partir disso, foi proposta pelo professor de educação física da escola, Guilherme Barroso, a criação do projeto.
Na iniciativa, os alunos contam com apoio de psicólogos voluntários de todo Brasil que promovem consultas online e de forma individual. O projeto oferece ainda atividades esportivas, oficinas de teatro, dança, pintura e crochê.
Escola Municipal Professor Edson Pisani (MG)
A unidade de ensino de Belo Horizonte ficou ainda entre as finalistas da categoria "Colaboração com a comunidade". A escola municipal Professor Edson Pisani, localizada no Aglomerado da Serra, foi reconhecida pelo projeto "+Favela -Lixo" (Mais favela, menos lixo). A instituição disputou o pódio com outras 15 escolas em todo o mundo. A escolha foi feita por meio de votação pública no site oficial da plataforma de educação.
A iniciativa "+Favela -Lixo" foi criada a partir de uma parceria da instituição municipal Edson Pisani com a Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O projeto tem como objetivo ouvir a população a respeito de problemas causados pelo lixo e, a partir deles, criar soluções para a comunidade. As soluções foram construídas junto aos alunos da escola, com crianças de 6 a 10 anos e alunos da Escola de Jovens e Adultos (EJA), de 15 a 70 anos.
Entre as medidas encontradas na parceria, estão a confecção e instalação gratuita de ganchos e porta-lixo para os moradores e a criação de jardins em locais usados para descarte. Além disso, entulho das obras de construção passaram a ser usados para a fabricação de minigabiões (para serem usados em muros de contenção) para a estabilização de terrenos na própria comunidade.
"A participação de alunos, professores, pais, comunidade e a Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais permitiu uma solução muito simples para o problema de lixo que tanto afetava essa comunidade. É com parcerias como essa que nós podemos sempre agregar valor para a sociedade", parabenizou o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman.
O prêmio
A premiação é promovida pela plataforma T4 Education, com apoio da Fundação Lemann, com a intenção de "construir uma comunidade global de educadores", ampliar suas vozes e aumentar a colaboração global na educação. O prêmio foi criado em 2022 e segue para sua terceira edição, no próximo ano.
A ação conta com cinco categorias: Colaboração comunitária, Ação ambiental, Inovação, Superando adversidades e Apoiando vidas saudáveis. Em cada categoria, três escolas se tornam finalistas e apenas uma se consagra vencedora com base na escolha de uma academia de juízes especializados nas competências avaliadas.
Fonte: Exame