Geração Z muda de foco e se afasta de carreiras na tecnologia
Com 90 milhões de membros, a geração Z é a maior entre suas antecessoras – uma estatística importante para qualquer organização ter em mente. Esses profissionais estão se afastando dos empregos tradicionais de tecnologia enquanto inclinam para um novo setor: a saúde.
De acordo com uma pesquisa com mais de 10 mil entrevistados conduzida pela National Society of High School Scholars, as empresas de tecnologia já não brilham os olhos dos jovens que estão começando a construir suas carreiras. Mas por que eles estão repensando setores e empregos?
Novos valores
Segundo a pesquisa, a geração Z busca alinhamento com um conjunto de valores-chave. Ao olhar para os empregadores, os fatores mais importantes para os profissionais são:- Tratamento justo dos funcionários (28%)
- Equilíbrio entre vida pessoal e profissional (25%)
- Responsabilidade social corporativa (14%)
Além dos benefícios de saúde (a prioridade número 1, com uma taxa de resposta de 72%), a geração Z também valoriza seus momentos pessoais, tempo livre (63%) e horários de trabalho flexíveis (61%).
Eles ainda estão de olho nos próximos passos para a carreira e buscam empregadores que investem nos colaboradores. Buscam oportunidades de desenvolvimento profissional (86%) e caminhos claros para promoção (44%).
Esses valores podem ou não estar presentes em grandes empresas de tecnologia, mas, como a pesquisa mede percepções, é necessário um olhar atento de quem busca contratar a geração Z.
Influência da pandemia
A pandemia de Covid-19 pode ter influenciado as mudanças nas preferências e intenções profissionais dos jovens. Quando questionados sobre as questões mais importantes para a carreira, 32% dos entrevistados destacaram os “cuidados com a saúde e questões relacionadas ao bem-estar” – a resposta mais frequente.
Segundo a pesquisa, os participantes enxergam de forma negativa o impacto geral da IA (Inteligência Artificial). Apenas 41% acreditam em um impacto mais positivo do que negativo dessa tecnologia na sociedade na próxima década. Será que esse sentimento em relação à IA, o símbolo da evolução tecnológica, pode ter desanimado a genZ em relação às carreiras na área de tecnologia?
De olho na saúde
De acordo com o estudo, a geração Z prefere trabalhar para grandes corporações em vez de pequenas empresas familiares. Mas o interesse por profissões da área da saúde permanece alto. Em vez de sonhar com empresas famosas como Meta, Netflix ou IBM, a Geração Z tem na mira hospitais e organizações de saúde como os empregadores mais desejados.
O Hospital Infantil St. Jude, dos EUA, ocupa o primeiro lugar e a Mayo Clinic o segundo, enquanto trabalhar em um hospital local está na quarta posição da pesquisa. O Google está em sétimo, caindo da primeira escolha dos entrevistados em 2017. A Amazon caiu para o oitavo lugar, seguida pela Apple e pela Walt Disney Company, completando os dez primeiros colocados.
Investindo nas novas gerações
As oportunidades na área de saúde continuam fortes. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima uma escassez de 10 milhões de profissionais médicos em todo o mundo até 2030. De acordo com a Associação Americana de Hospitais, centros hospitalares nos Estados Unidos perderam cerca de 94 mil funcionários desde fevereiro de 2020, incluindo uma queda de mais de 8 mil entre agosto de 2021 e setembro de 2021.
Embora se possa dizer que a pandemia foi um fator-chave nesses números, essa redução também pode ser atribuída à baixa satisfação no trabalho, burnout e outros elementos que podem surpreender os profissionais da geração Z no campo da saúde. Ainda assim, esse mercado permanece atraente para jovens profissionais.
Fonte: Forbes