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Sem definição e com alta inadimplência, novo Fies atrasa e preocupa universitários

Written by Redação | Jan 24, 2024 1:24:22 PM

Apesar da previsão dada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, ao longo de 2023, o redesenho do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) ainda não saiu do papel. O esforço, segundo o ministro, é que o texto seja encaminhado ao Congresso até o final de janeiro, mas a iniciativa depende de outros ministérios e do aval da Casa Civil.

O GLOBO ouviu o relato de universitários que aderiram ao programa do governo e demonstram temor de não concluírem as graduações por não conseguirem arcar com os custos. Criado em 2001, o Fies se propõe a financiar a graduação em instituições de ensino superior privadas, a partir da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O fundo passou por mudanças ao longo dos 23 anos.

— A cada novo aumento, eu tenho me encontrado em situação de desespero, pois não tenho conseguido arcar com a coparticipação ao longo do semestre. Ao ter que pagar as parcelas em atraso para renovar o contrato, eu me vejo obrigada a implorar empréstimos para familiares — conta a estudante de medicina em Salvador, Helen Nascimento, que relata só ter chegado à reta final do curso com a ajuda de familiares, além de se endividar com instituições financeiras — Minha mãe também pega empréstimo em bancos, já perdi a conta dos juros que temos pagado — diz Helen, no oitavo período da faculdade.

O número de beneficiados pelo Fies vem caindo desde 2017, quando a lei endureceu os critérios de acesso. Em 2016, houve 203 mil contratos, número maior do que os que foram feitos entre 2020 e 2023. Em 2019, antes dos impactos da pandemia de Covid-19, houve uma queda para 85 mil alunos financiados.

Em evento na última terça-feira, Santana sinalizou que o programa deve voltar com a possibilidade de financiamento total das mensalidades dos cursos, ou seja, 100% dos custos, o que havia sido extinto a partir de 2017. Segundo o ministro, o novo Fies vai implementar critérios mais rígidos de acesso, além de diminuir a inadimplência.