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Carreiras ligadas a tecnologia da informação e a ESG estarão em alta em 2024

R1

Profissões ligadas à Tecnologia da Informação (TI) devem permanecer em alta em 2024, área que cresceu nos últimos anos e precisa de trabalhadores qualificados. Um dos motivos para a alta demanda é a ascensão do uso de Inteligência Artificial (IA) nas empresas e a necessidade de profissionais capacitados para lidar com estas ferramentas, bem como a questão da segurança dos dados, conforme especialistas ouvidos por GZH.

Segundo a consultora Thaline da Cunha Moreira, do PUCRS Carreiras, também haverá aumento na busca por profissionais focados em carreira e desenvolvimento profissional, tendo em vista a transformação em diversas áreas e a necessidade de adaptação.

— Pensando nessa transição, como a implementação de novas tecnologias e a necessidade de adequação de algumas profissões, os profissionais de carreira serão cada vez mais importantes. O mercado vai exigir que os trabalhadores desenvolvam novas habilidades e competências, e esses profissionais terão importante papel nesse processo — explica. 

A diretora regional da Robert Half, Flávia Alencastro, destaca que saímos de um cenário de “superaquecimento” para um de “aquecimento” da área de TI. — Mirando no futuro do mercado, as empresas seguem investindo em tecnologia. Agora, por mais que o cenário tenha dado uma equilibrada, não há dúvidas de que a área continua aquecida e permanecerá assim por um bom tempo — afirma. 

A 16ª edição do Guia Salarial da Robert Half, divulgada em novembro, traz cargos em alta nas áreas de atuação da consultoria. No RS, além da TI, as áreas de maior relevância no próximo ano serão Engenharia, Finanças e Contabilidade e Vendas e Marketing. 

Sustentabilidade em foco

Dentro da Engenharia, por exemplo, profissionais voltados para questões de ESG (governança ambiental, social e corporativa) são considerados promissores. De acordo com o guia, gerente de Supply Chain, gerente de projetos, gerente de produção e especialista de ESG serão as funções com maior procura de trabalhadores no segmento. 

— A demanda por colaboradores focados em ESG existe e ainda não é equilibrada, especialmente nas grandes empresas. O maior desafio está na junção de três cargos em um único. O que antes era um profissional de meio ambiente, um profissional da parte social e um profissional de governança agora forma o profissional de ESG, por isso é tão desafiador — explica Alencastro. 

A professora executiva Karen Louise Mascarenhas, do Programa de Pós-Graduação em Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ressalta a relevância da sustentabilidade no mercado de trabalho. Para ela, 2024 será o ano de virada, com crescimento da área. 

— Em 2023, as pessoas perceberam que a questão das mudanças climáticas é real, tivemos vários eventos extremos em diversas partes do mundo que mostraram isso. Com isso, todas as profissões voltadas para sustentabilidade, tanto para a mitigação desses problemas quanto à comunicação e divulgação disso, tornam-se cada vez mais importantes — destaca.

O relatório Futuro do Trabalho 2023, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial com o apoio da Fundação Dom Cabral, aponta essa tendência. Ao todo, 23% das ocupações devem se modificar até 2027. O estudo demonstra ainda que a adoção de novas tecnologias e a implementação de práticas ESG vão transformar o mercado de trabalho nos próximos anos. 

Especialista em IA e aprendizagem de máquina, Especialista em sustentabilidade, Analista em Inteligência de negócios, Analista de Segurança da Informação, Engenharia de Fintechs, Cientistas e analistas de dados, e Especialistas em transformação digital são algumas das novas funções que devem surgir nos próximos anos, segundo a pesquisa. 

Dicas para quem está em busca de vagas

Conforme Alencastro, em qualquer área, é fundamental que os profissionais que buscam inserção ou recolocação no mercado se mantenham atualizados.  

— A rapidez com que as mudanças ocorrem demanda constante aprendizado e adaptação. Por isso, a construção de uma rede de contatos sólida é essencial. Participar de eventos do setor e de conferências, além de utilizar plataformas online profissionais, como o LinkedIn, pode abrir portas e proporcionar oportunidades de conexão com outras pessoas, empresas e recrutadores — ressalta. 

Thaline vai na mesma linha. Segundo a consultora, para quem está iniciando a carreira, é importante investir nos estágios desde o início da graduação, para formar uma rede de contatos e abrir portas no futuro. Outra dica é investir no desenvolvimento de soft skills, que serão muito requeridas pelo mercado de trabalho daqui para frente. 

— O mercado tem priorizado profissionais que já chegam com esses aprendizados, as competências comportamentais. As habilidades técnicas são mais fáceis de desenvolver, quando um colaborador é contratado e não tem muita experiência. Já as habilidades socioemocionais são mais difíceis, por isso, é importante que o profissional chegue mais preparado. Autoconhecimento, gestão do tempo e trabalho em equipe são habilidades fundamentais, entre outras — diz a consultora do PUCRS Carreiras. 

Habilidades comportamentais 

De acordo com as especialistas, as competências comportamentais mais exigidas dos candidatos são as seguintes:

  • Adaptabilidade/Resiliência - habilidade de superar e se reinventar diante das adversidades, mantendo atividades em funcionamento mesmo em momentos de crise;   
  • Flexibilidade - competência de adaptação às mudanças de cenário, regras e demandas, exercendo funções requisitadas de forma comprometida e proativa;  
  • Comunicação - ato de saber ouvir e falar de forma clara e objetiva, auxiliando na absorção, organização e compartilhamento de informações;  
  • Relacionamento interpessoal - capacidade de união e interação positiva com as diferentes áreas, funcionários e departamentos da empresa; 
  • Autoconhecimento - habilidade de cada profissional de conhecer seus pontos fortes e fracos, buscando desenvolver ainda mais as competências já adquiridas e aprimorar os pontos fracos, aqueles que precisam melhorar;
  • Aprendizagem contínua - ter curiosidade em aprender coisas novas e buscar conhecimento, investir em formações e capacitações ao longo da trajetória para seguir aprendendo e se desenvolvendo.

Fonte: GZH