Universidades Inovadoras 2024: representantes falam sobre as estratégias adotadas
A constante busca pela inovação está presente na agenda de diferentes IES, e o ato de inovar pode se dar nas mais diversas abordagens. É o que mostraram os representantes da Cruzeiro do Sul Educacional, FGV Direito SP, Fiap, PUC Campinas, PUCPR, Uniube e Vitru Educação – instituições reconhecidas pela revista Ensino Superior por suas inovações acadêmicas ao longo do ano.
Em setembro, no 26° Fnesp, essas instituições compartilharam as políticas institucionais que adotaram para trabalhar temas como meio ambiente, saúde mental, ensino a distância e expansão no mercado. As discussões são parte do projeto Universidades Inovadoras. Transmitidas ao vivo no primeiro dia do evento, agora estão disponíveis nas principais plataformas de podcast.
Veja alguns destaques de cada bate-papo e acesse os episódios na íntegra.
1. Meio ambiente e responsabilidade social
O primeiro episódio contou com a participação de Vidal Martins, vice-reitor da PUCPR, e Wagner Sanchez, pró-reitor acadêmico da Fiap. Sanchez destaca a importância de apresentar personalidades que possam inspirar os estudantes durante o processo de formação, citando o “Hack das minas” – ação da Fiap que busca incentivar mulheres a atuarem na área de tecnologia. “É uma questão urgente”, salienta.
“Trouxemos a Tânia [Cosentino], presidente da Microsoft Brasil, para mostrar às mulheres que se a Microsoft tem uma presidente no Brasil, as meninas também podem acessar tecnologia e se tornar presidentes de big techs”, cita. Na Fiap, o “Hack dos autistas” também oferece aos alunos diagnosticados com TEA a oportunidade de desenvolver soluções e aprender sobre programação. “Ao trazer exemplos e outras pessoas autistas atuantes no mercado de trabalho, os estudantes entendem que também podem alcançar esses cargos.”
Representando a PUCPR, Vidal Martins lista o que garante uma educação de qualidade. Em sua avaliação, é preciso colocar o estudante diante de desafios, desenvolvendo seu senso crítico e a capacidade de trabalhar processos cognitivos mais elevados. “Com isso, é possível formar uma pessoa que se adapta, que resolve problemas complexos e que é capaz de conviver com o outro”, diz.
Segundo Martins, uma proposta pedagógica coerente é a base para que as IES realizem esse feito, além do uso de metodologias ativas para aprendizagem.
2. Saúde mental dos estudantes
Clio Nudel Radomysler, líder de projetos do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (CEPI) da FGV Direito SP, fala sobre a importância da educação socioemocional. “O olhar coletivo em todas as frentes da universidade é o essencial”, afirma.
“Na FGV Direito SP temos trabalhado o desenvolvimento de competências socioemocionais, incorporando dentro dos nossos objetivos o perfil de estudantes que queremos formar. Essas competências são importantes para o mercado de trabalho, mas também para o dia a dia, para lidar com as ansiedades de estar na faculdade, em um ambiente diferente”, ressalta. “Acredito que também seja o papel da faculdade apoiar os alunos e as alunas no desenvolvimento dessas competências”, acrescenta.
O bate-papo também contou com a participação de Cyntia Andretta, pró-reitora de graduação da PUC Campinas. A profissional falou sobre o “grupo de vivência cooperativa e solidária” da instituição. “Esse grupo feito por alunos já existia antes da pandemia e foi essencial nesse período. São jovens que, com a supervisão de docentes, acolhem outros jovens em diversas atividades”, comenta. “Foi uma iniciativa que o nosso reitor viu na região Nordeste e levou nossos líderes para uma imersão. Aprendemos e trouxemos para a PUC Campinas.” A ação envolve temas como bullying e empatia.
3. EAD com qualidade e preço justo pode ser uma solução para o Brasil?
Discussões sobre o ensino a distância também marcaram presença no estúdio da revista. No terceiro episódio, Beatriz Maria Eckert-Hoff, vice-presidente de excelência acadêmica e institucional da Cruzeiro do Sul Educacional, fala sobre o contexto do EAD no país. “Para muitos, o EAD não é uma opção como em outros países. É a única possibilidade.”
Para a profissional, a democratização do acesso à educação é uma grande vantagem oferecida pela modalidade. “[É o único caminho] para o trabalhador, para aqueles que já têm um curso superior e querem voltar a estudar. Há também questões específicas, como o caso da mulher. Temos uma diretora na nossa equipe que fez EAD porque casou, engravidou e foi a única possibilidade que teve no momento. Hoje é uma pessoa bem sucedida como em qualquer outra graduação”, exemplifica.
Thuinie Daros, diretora de planejamento acadêmico da Vitru Educação, coloca a formação docente em pauta. “Formação de professores e de atores pedagógicos é pilar estratégico para garantir qualidade em qualquer segmento de educação”, pontua.
Na Vitru, o centro de aprendizagem e desenvolvimento docente é responsável por organizar a formação dos profissionais. “Temos uma vertical voltada para o desenvolvimento de competências e outra para ensinar os professores a utilizar inteligência artificial, além de uma ferramenta que mensura a percepção de qualidade da experiência de aprendizagem deles”, lista.
4. Como crescer em um mercado competitivo e com menos clientes?
André Fernandes, pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão da Uniube, encerra a maratona de podcasts em um episódio sobre os desafios de expandir em um mercado competitivo.
O profissional ressalta as ações de benefício social promovidas pela universidade. “Somos uma instituição filotróprica, a Uniube não tem fins lucrativos. Assim, precisamos ofertar bolsas de estudos e muitas delas precisam ser bolsas 100%. Graças ao trabalho dos setores de marketing e comercial, chegamos em um nível relativamente alto de alunos para uma instituição privada. São cerca de 50 mil alunos”, conta.
Fonte: Revista Ensino Superior